Se o número de contaminados pela Covid-19 continuar nos mesmos níveis, assim como a situação de colapso no sistema de saúde, o caminho será decretar lockdown (palavra inglesa que significa confinamento) em todos os municípios da região. Foi o que defenderam na tarde desta sexta-feira (21), durante uma live, o presidente da Comcam, Leandro Oliveira (prefeito de Araruna), o presidente do Cis-Comcam, Rafael Bolacha (prefeito de Moreira Sales) e o prefeito de Campo Mourão, Tauillo Tezelli.
O secretário municipal de Saúde de Campo Mourão, Sérgio Henrique dos Santos, falou em nome dos demais secretários da região e também fez o mesmo discurso. “Se continuar nessa proporção de exposição ao vírus não tem outro caminho. O cidadão tem direito à saúde, mas o sistema já ultrapassou o limite. A mudança desse cenário depende da população se conscientizar ou então, infelizmente, o poder público terá que tomar medidas ainda mais rígidas”, enfatizou.
Em princípio a ideia é observar como ficará a situação dos hospitais e Pronto Atendimentos dos municípios neste fim de semana. “Hoje estamos com 23 pacientes na UPA, dos quais 13 com máscara de alto fluxo. Fico arrepiado de falar isso. Vejo na UPA um monte de gente com fé nos profissionais. Se precisar vamos a qualquer lugar do Paraná buscar oxigênio, mas daqui a pouco teremos profissionais pedindo as contas porque a exaustão está muito grande”, disse o secretário mourãoense.
O presidente da Comcam, Leandro de Oliveira, disse que o comportamento da população nesse fim de semana pode ser um diferencial para a tomada de decisões a partir da próxima semana. “Ninguém quer ver o comércio fechado. Mas todos os dias recebemos telefonemas ou mensagens de pessoas pedindo ajuda para internar familiares e não temos condições de atender. Têm chegado vacinas, recebemos recursos do governo federal. Mas a questão não é mais dinheiro. É o sistema de saúde que não dá conta de atender”, justifica.
O presidente do Cis-Comcam, Rafael Bolacha, lembrou que muitos pacientes estão ficando nos Pronto Atendimentos dos municípios sem ter pra onde mandar. “Isso tira o sono do gestor. Os 25 prefeitos da Comcam não estão dormindo e os funcionários da linha de frente estão tensos. Infelizmente teremos que adotar medidas impopulares, que mexem com a economia, mas nós também precisamos da ajuda da comunidade”, reforçou.
Ele lembrou ainda que as pessoas infectadas tem ficado muito mais tempo nos leitos de hospitais. “Não é dinheiro, não é influência política, que vai fazer com que tenhamos mais profissionais de saúde. Que a partir de agora façamos essa corrente de união. Ninguém sabe quem será o próximo a se contaminar. Multas não trazem mais as pessoa que estão sendo levadas por esses vírus. Essas festinhas são responsáveis, sim, pelo colapso da saúde”, arrematou, ao defender que as medidas restritivas sejam tomadas pelos 25 prefeitos da região.
(tribunadointerior.com.br).